quarta-feira, 12 de agosto de 2009

As últimas semanas...

As últimas semanas têm sido péssimas.
Uma tristeza constante, avassaladora, insiste em não desarmar.
Sinto que afecto tudo o que me rodeia, o que me entristece ainda mais. Estar recolhido por casa tem sido o mote. Não percebo que se passa, o que me angustia ainda mais. Ou melhor, talvez perceba. A verdade é que preciso de mais adrenalina no dia-a-dia, e não tenho feito nada, ou o que tento fazer acaba sempre por esbarrar em algo, ou porque não querem, ou por isto, ou por aquilo…
Tenho andado de moto, tentar desanuviar, mas a verdade é que teima em persistir um sentimento constante de insatisfação, de desprendimento a esta vida, com uma tristeza que me consome bruscamente.
Não sei que se passa comigo. Tenho tudo para estar bem, mas não estou, e a verdade é que me sinto triste, uma tristeza voraz que me remete para pensamentos absurdos, trágicos mas, em simultâneo, libertadores, quase como a chave para atingir o limbo.
Tenho lido bastante, tentando, num esforço redobrado, manter o pensamento ocupado com coisas ditas normais, mas a verdade é que por mais que me esforce, por mais que tente desviar, acabo sempre lá, “E se…?”.
Pois, e se isto tivesse um fim? Seria bom…
Mas qual?
Tenho que tirar este sufoco do peito, este apertar que me angustia.
Pensar que magoo os que me rodeia é algo que me aflige, mas a verdade é que parece que há sempre algo para me tornar sempre mais descontente, mais insatisfeito e aborrecido.
Às vezes sinto-me a endoidecer. Será que é este o caminho?
Que faço, faço?
Será a solução?
Ainda hoje, por mais do que uma vez, imaginava o fim…
Poeiras espalhados naquele miradouro que tanto gosto, com vista até ao infinito e uma última frase “E se eu não morresse nunca, e eternamente buscasse e conseguisse a perfeição das coisas”, Cesário Verde.
Bem, já expiei aquilo que sentia, já senti algo a escorrer, e sinto alguma acalmia cá dentro.

terça-feira, 7 de julho de 2009

"Sorri, enquanto o teu coração sangra..."

Ouvi isto hoje, numa alusão a Michael Jackson, mas ao que parece, da autoria de Charlie Chaplin, no filme "Tempos modernos".
Publico-o aqui por dois motivos, primeiro, referente aos artistas (um e outro) que, e apesar de todas as controvérsias que envolveram o segundo, foram e são isso mesmo, grandes artistas. Depois, porque talvez descreva um estado de espírito...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

“O MAIOR CEGO É AQUELE QUE NÃO QUER VER!”


Não sei porquê, mas por mais que me tente convencer do contrário, é óbvio que as coisas não correm como gostaria. É comum dizerem que “o maior cego é aquele que não quer ver”.

Pois, de facto, não poderia haver ditado mais sábio.

“O MAIOR CEGO É AQUELE QUE NÃO QUER VER!”

Apetece-me sair daqui e tentar colocar algum discernimento na cabeça.

Por vezes penso em determinadas situações e é inacreditável a forma como nos relegamos para segundo plano.

De facto estar, de algum modo, embevecido por alguém, é o mesmo que nos passarem um atestado de cegueira.

Parece que o discernimento nos fica toldado, perdemos a noção das coisas.

Afinal o que queremos?

Nunca deixar de pensar, primeiramente, em nós, parece ser a máxima defendida pela maioria dos comuns mortais.

Talvez seja a forma mais correcta de agir, talvez…

Mas, infelizmente, não consigo ser, totalmente, assim!...

Uma relação pressupõe, digo eu, a partilha de tudo o que une, mas também de tudo aquilo que nos desune, sendo estas últimas motivadoras para reforçar as primeiras, numa perspectiva e expectativa de reforçar essa relação, essa união.

Mas não, constato, cada vez mais, que o interesse é apenas no EU, de novo no EU, e a seguir no EU, depois ainda no EU, e por fim no EU de novo!... Bem, com jeitinho, pode ser que apareça o TU, mas de forma muito ao delével, e apenas se não perturbar, em nada, a minha pessoa…

Pensar que viajei, sozinho, para Londres, quando poderíamos ter ido juntos, uma vez que também viajou, será o exemplo máximo de um atestado de cegueira que me passaram e insistem em manter!

"Em Maio, mais tempo disponível", como se de uma esmola se tratasse.

Resultado, mantém-se tudo mais ou menos igual!

Afinal, onde está a minha auto-estima?

Hum, palpita-me que andará perdida por aí, algures no meio de nenhum.

Deveria pensar menos nas coisas, mas é impossível fugir à nossa essência, por mais que nos esforcemos…

Alguém me dizia, "aproveita a vida, nao deixes de a viver"...

Às vezes penso, para não dizer sempre, se terei e se tomo as decisões correctas na minha vida, no meu dia-a-dia, nesta caminhada, feita dia após dia...

Pois, não sei, mas uma coisa é certa, continuo insatisfeito e sózinho, apesar de, normalmente, rodeado por muita gente...

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

24 de Fevereiro 09

Envio uma sms às 00:42.

Alerto para a presença dos azulados!

Recebo uma chamada às 22:17…
Porque não deste notícias?
Hum
Enviei sms, portanto, aguardava notícias/resposta!
Ah, vi a sms às 3, entretanto dormi até às 16, depois fui ter com pessoal e agora (nas horas mortas), ligo.
Ok!
Será um bom dia para estar?
Não!

Hummmm
Fazer o quê?
Mandar à…

Obviamente que não me apetece estar!

Estarei a desligar?

Talvez...

Talvez...

Já há muito tempo que não escrevo nada aqui.
Não sei bem a razão, ou talvez saiba, e não queira dar conta.
Talvez também a inspiração ou a fluidez das palavras se tenham esvaído.
Talvez seja muita coisa.
Talvez seja coisa nenhuma
Talvez…

A verdade é que algo mudou e parece-me que continua a mudar…

Sinto, cada vez mais, que pertenço a um lugar que não é este!
Que me estou a enterrar aqui, cavando cada vez mais fundo a minha própria sepultura, e a construir, sobre ela, um jazigo de pedra basáltica, negra como aquilo que começa a solidificar cá dentro.
Sinto que é um desperdício o tempo gasto naquilo que faço e naquilo que “invisto”…
Um completo e total desperdício de tempo, recursos, enfim, de tudo!
Afundo-me, cada vez mais em trabalho, projectos novos, certamente na ânsia de esquecer, de não pensar, mas a verdade é que parece não resultar!
Fujo ao fim de semana para a noite, aumento consideravelmente a taxa de alcoolemia, tento não pensar, mas no dia seguinte volta tudo ao mesmo.
Não quero um passatempo das horas vagas, muito menos ser um passatempo das horas mortas…
Infelizmente, é isso que penso, que sinto, o que naturalmente me alegra cada vez mais…
Sinto saudades da família, de casa, o que me põe numa crescente boa disposição (lol), mas também sei que depois me farto de lá estar…
Que se passa comigo?
Hum…
Acho que talvez sempre tenha sido assim.
Será que com o tempo se está a agravar?
Talvez...
Lol

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

NATAL

Fiel das horas mortas
Desta noite comprida,
Pergunto a cada sombra recolhida
Que sol figura o lume
Que da lareira velha me sorri:
O do calor do cristão?
O do calor do pagão?
Ou a fogueira é só a combustão
Da lenha que acendi?
Presépios, solstícios, divindades…
A versátil natureza
Do homem, senhor de tudo!
Cria mitos,
Destrói mitos,
Nega os milagres que fez,
E depois, desesperado,
Procura o mundo sagrado
Nas cinzas da lucidez.

Miguel Torga, 1973
in Antologia do Natal, (2001). p. 72

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Há poucos minutos terminei de ler o "Rio das Flores".
Mais do que um simples romance, remete-nos para uma época, com descrições e factos históricos muito interessantes.
Estado Novo, II Guerra Mundial, Ditadura Brasileira, Guerra Cicil de Espanha, ...
Vale a pena!